quarta-feira, 26 de maio de 2010

deita

Se vê meus olhos sérios, é porque me importo.
Se sente minha mãos mais apertadas que o normal, é porque o medo passou por mim, o medo de não sentir essas mãos da mesma forma.
Se pergunta se estou bravo, não, é preocupação, acredite, não seria nem necessário a pergunta se realmente estivesse.
Se gosta do meu abraço, é porque talvez eles te protejam, ou tentam, ao menos.
Se gosta da minha conversa, é porque na verdade não gosta, e tenta se conformar como até hoje concorda com ela.
Se alguma vez minha voz conseguiu te paralisar, se meu toque te fez suspirar, é porque nada mais precida ser dito.
Se alguma vez eu disse que sou seu, cegamente, não esperando reciprocidade, acredite, nunca fui tão sincero.
Se deita ao meu lado, é porque não quer levantar,
não tão cedo.

não tão logo.

(E se na ausência sinto tua falta, é porque sei que sua ausência nada mais é que a saudade consentida.)

Logo será quando disser novamente que é minha,
em meio a um suspiro,
a um breve sempre.

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