quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Para ela.

E então estão ali, semi-embriagados. Ela vem à sua casa, se olham, algumas cervejas, a conversa não acabaria nunca, mesmo que o acabasse o mundo. Sente o corpo dela, sente o calor de seus lábios, não sabe como, apenas estão mais uma vez entrelaçados, como tantas antes. O mesmo arrepio vem por sua espinha. Sussurros, murmúrios incompreensíveis. Te amo. Eu também, nunca te deixei de amar. Sofre, acorda. Encara a realidade. Semi-embriagado olha para o resto de cerveja na garrafa, a noite que não o incomoda, a solidão que não o abala. Diz a ela, as vezes é melhor falar do que ficar aí, se remoendo, imaginando o que seria aonde não se foi, o que há de ser no que não é. Tem coragem. Sente medo. Não, não a mesma pessoa. Será que melhora? Conforme conhece-se melhor a si mesmo, e sobre seus objetivos e quem quer realmente ser, e, é claro (porém assustadoramente complicado), torna-se mais perto do que se almejou, os sofrimentos, arrependimentos perdem sua força. Devem ir morrendo, junto com aquele que sente. Termina a cerveja. Ainda não acredita.