domingo, 27 de janeiro de 2013

instante

O tempo é composto por horas, minutos, segundos e, todos estes, por instantes.
O instante pode ser uma fração do segundo, ao mesmo tempo que pode durar horas.
O instante pode ser um mês, um ano todo, que no passado, não passam de um segundo de suas lembranças.
O instante é, portanto, uma medida de tempo modulado pelo valor do tempo em significado, e não em duração.
É o amor, o medo, a surpresa, o encanto, a felicidade; é discernir o tempo passado de tempo vivido.

Quando te observei hoje, descendo a rua, o tempo pareceu parar, um vazio já me invadiu, e eu soube que as próximas horas nunca durariam tanto quando as horas que haviam acabado de passar. O tempo que estive ali, e todos os momentos que estive contigo, me senti vivo, apesar da vida, realmente, não importar tanto, não naqueles instantes.

A vida pode durar um instante, enquanto pode ser eterna, devido a instantes que somados duram muitas e muitas vidas, pois seus significados extrapolam o próprio tempo que existem.
Como disse o poeta certa vez, ''Meu tempo é quando''.
Talvez possa entender eu um pouco desta poesia nesta simples reflexão.

E quando?

''Good times, and bad times and all those in-between times...''
''Smiles we gave, we smiles we made''
In-Between Times - Go Jimmy Go






domingo, 13 de janeiro de 2013

melodias.

Talvez a abstração de um pensamento se dê da mesma forma que o que acontece com a música.
Quando uma melodia lhe toma os pensamentos, o único jeito é ouvir a música.

Para que abstraia-se pensamentos, como a saudade, como a vontade de ver alguém, como aquele pensamento que te torturaria, se não fosse tão belo como um sonho; talvez seja necessário torná-lo real, palpável. E até mesmo beijá-lo. Sentí-lo.

O problemas de grandes melodias, no entanto, é que você quer ouví-las diversas vezes, e ainda fica lhe assoviando o dia todo, e que tiram o sono pelo prazer de cantá-las.

A música é tão abstrata e apaixonante como o próprio viver.
Da mesma forma que não viveria sem música, não vivera sem sonhos, não viveria sem minhas abstrações.
A vida é uma abstração do próprio ser, do próprio existir.




segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Rotina.

De volta.
De novo.
Do ano que se foi mas não passou.
Em um ano que começa bem.
Diferente.

Mudanças.
São e sempre serão necessárias.
Mudar, porém, dá medo. E o medo é o mais natural dos sentimentos, é o mais primitivo dos sentimentos, é o que nos mantém vivos, afinal.
É um ano de poucas promessas e muitos deveres. Um ano que sonhar será necessário, pois serão a força para se continuar e firmar cada passo, cada palavra, cada jura.
Um ano que se perde um pouco a irresponsabilidade, mas ainda se tem o privilégio de relegar-se a ela de finais de semana e feriados.

Enfim.
De volta ao novo que ainda velho.
Porém mudado, de alguma forma, talvez com a cabeça mais tranquila. Ou talvez mais confusa.
Afinal, como posso avalizar minha própria sanidade?

A rotina nos define.
Nos molda.
Nós fazemos nossa rotina, porém ela que nos domina.
Junto com nosso maior inimigo, o tempo. A rotina segue ditada pelo relógio. Assim como nossa vida cessa a cada letra que aqui está sendo escrita. E a cada palavra que aqui é lida.
A rotina responde por nós, ela é capaz de transparecer fisicamente.
A rotina nos escraviza, mas nos liberta da morte. Ela nos mata, mas nos faz esquecer que estamos morrendo. Ela traz a ocupação da mente, ela traz a libertação de uma alma que continua acorrentada.
A rotina é como uma psicoterapia para uma alma em depressão, que convive diariamente com a angústia de sua própria existência e sentido.
(Talvez então o amor seja o fármaco que cura alma e que, com certeza, tem seus efeitos colaterais. E pode fazer mal em overdose.)
A rotina é essencial, ter um papel é essencial.
A rotina é enlouquecedora, pelo menos para mim.
Viver é essencial, acima de tudo. Viver é enlouquecedor.

Escrever, pra mim, é sair da rotina, e portanto, um alimento pra minha alma acorrentada, talvez um alívio, talvez um meio de afrouxar essas correntes.

http://www.youtube.com/watch?v=3ZW_keqnzD8



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

and celebrate we will

Mais um ano começa.
Mais promessas são feitas.
Não dessa vez.
O ano começou da mesma maneira que o outro acabou, a vida continuou. Abraços foram dados, e o velho ''feliz ano novo'' foi dito. Mas nada mudou. Talvez essa mentalidade mostre algum amadurecimento, apesar de ser uma clara mostra de certa falta de esperança ou espiritualidade. Talvez. Ou talvez seja apenas uma outra maneira de se encarar a vida, não esperando mudanças, ou acreditando que algo vá mudar. Mas encarando o futuro como parte do próprio presente, algo mutável a cada segundo, e que não muda em um dia, um ano, ou em datas comemorativas, mas sim a cada segundo.

 2013
É o meio de uma fase.
É o pós-fimdomundo.
É o ano que comecei do lado dos meus amigos.
É o ano que estive há 500km da minha família.
É o ano que me surpreendeu, de uma maneira incrível, logo de cara.


 2012
 A montanha russa.
 O ano que me fez amar, que me deprimiu, que me machucou, que me fortaleceu, que me fez, acima de tudo, saber dar importância a pessoas, viagens e ao tempo.


E agora?

Certa vez ouvi que os maiores desejos, os maiores pedidos, pudessem ser encarados, de alguma forma, como desafios. Dessa forma, o que se mais deseja surge como o maior desafio. Acredito nesses momentos, que só pessoas fortes realmente consigam superá-los, e ver seus desejos tornarem-se realidade e assim, serem felizes.
 Me pergunto então, se nos meus momentos de felicidade consigo descobrir o que mais tenho desejado? E qual foi o desafio superado, qual foi esse grande pedido inconsciente que me instigou. A felicidade pode então ser uma pista, um trilho, para se descobrir seus verdadeiros desejos, e assim, tais pedidos virem a se tornar desafios grandes o suficiente para ocupar todo uma vida. Talvez seja esse sim, o tal caminho da felicidade.

Sentia falta de escrever.
Ainda sinto.
São momentos e pessoas que me motivam a vir aqui. Pois escrever não é nada mais do que a melhor maneira de argumentar a si próprio. E compreender a si mesmo (ou talvez compreender o que não se imaginava existir).


  ''and celebrate we will, cause life is short, but sweet for certain...'' (Two Step, DMB)