quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Para ela.

E então estão ali, semi-embriagados. Ela vem à sua casa, se olham, algumas cervejas, a conversa não acabaria nunca, mesmo que o acabasse o mundo. Sente o corpo dela, sente o calor de seus lábios, não sabe como, apenas estão mais uma vez entrelaçados, como tantas antes. O mesmo arrepio vem por sua espinha. Sussurros, murmúrios incompreensíveis. Te amo. Eu também, nunca te deixei de amar. Sofre, acorda. Encara a realidade. Semi-embriagado olha para o resto de cerveja na garrafa, a noite que não o incomoda, a solidão que não o abala. Diz a ela, as vezes é melhor falar do que ficar aí, se remoendo, imaginando o que seria aonde não se foi, o que há de ser no que não é. Tem coragem. Sente medo. Não, não a mesma pessoa. Será que melhora? Conforme conhece-se melhor a si mesmo, e sobre seus objetivos e quem quer realmente ser, e, é claro (porém assustadoramente complicado), torna-se mais perto do que se almejou, os sofrimentos, arrependimentos perdem sua força. Devem ir morrendo, junto com aquele que sente. Termina a cerveja. Ainda não acredita.

sábado, 7 de julho de 2012

Vidarte

A vida não é arte, meu amor. A vida é crua, a vida é vida e nada mais. A arte se eterniza, a vida morre. Quer viver para sempre? pois tome as vitaminas. Quem quer se eternizar quer morrer antes de viver.

terça-feira, 20 de março de 2012

querer.

E teu amor me tirou de um mar de confusões, de um solidão que talvez nem eu mesmo percebi que estivesse. Me trouxe à uma realidade que já não me lembrava.

É incompreensível a natureza humana, ou talvez a minha natureza apenas, que para estar certo, deve saber como é estar errado, pois senão nada lhe trará a certeza que caminha no sentido correto. Para encontrar a paz, me desespero, pois do mesmo jeito para conhecer a felicidade, já senti o gosto da tristeza.

Sou eternamente teu, mesmo tu não sendo minha. Prezo, afinal, por tua felicidade, pois ver-te feliz me lembras o que é amor, e o que é sentir ser amado. Se para que haja teu sorriso, eu não possa sorrir, se para te ver bem, eu deva estar mal, compreendo, a contragosto de minhas emoções, que seu desejo, seja então, o meu. Pois se em meus erros mora tua tristeza, nunca acreditarás quando te prometo felicidade. Se em meus braços agora chora, como posso te fazer feliz?
Cabe à mim, então, dizer que te amo, como nunca amei, e se juras não te bastam, só peço que olhes nos meus olhos uma última vez e, por trás de fácies misteriosas que habitam, possa teus olhos enxergar todo meu ser, como se gravassem dentro de mim uma lembrança eterna do nosso sentimento, de todo nosso amor.

Tento me conformar, por meio destas palavras, do derradeiro fim de uma história sem início, de um livro cujo rascunho está para ser queimado.
E que nunca saberemos, em caso algum, que talvez fosse esse uma das mais belas histórias.

Confio a ti minhas palavras, minhas juras, meus segredos.
Confio a ti minhas esperanças de um amor que por mais breve que exista, é eterno dentro de nossas vontades.
Enquanto quisermos, seremos.