sábado, 20 de março de 2010

índio.

Quanto vale passar por certas experiências?
Certamente, nao é mensurável, mas são menosprezadas na maoria das vezes, e isso é claro quando percebemos o quanto menos as pessoas se oferecem a conhecer novas, culturas, lugares, e se propõem a ajudar.

Índios.
Pico do Jaraguá.
Expectativa: ocas, pinturas, nudez indígena.
Fato: Barracos, sujeira, camisetas de futebol.
Choque?

O que eu esparava ouvir de um pajé que vestia um moletom e uma camiseta do Corinthians? Seria o mesmo que ouviria de um pajé típico Xingú?
Aquela tribo havia sido realmente modificada pela ação humana ou eles teriam procurado a sociedade em que nós (entenda o nós como civilização que segue a mentalidade capitalista) vivemos?

Os motivos não são claros, não foram deixado claros, mas a exposição de uma idéia é necessária: qual é o modelo que estes índios, principalmente as crianças, tem a seguir?
Talvez a mais delicada das questões, pois não procura por um culpado, mas procura sim um ecaminhamento, ou o índio passa a ser totalmente absorvido pelo capitalismo e se miscigena definitivamente na sociedade, ou deverá ocorrer uma isolamneto total, capaz de manter os índios intocáveis, mas que a sociedade torne-se algo quase que virtual para eles.
Esse estágio transitório, o atual, é onde se pode enxergar problemas dos dois caminhos expostos.
A sociedade capitalista marginaliza totalmente indígenas, principalmente àquelas que ja iniciaram um contato mais forte com a civilização, e neste estágio, não passam de uma classe a mais no nível de pobreza.
A retomada da situação original dos índios é, pode-se dizer, utópica. Após o contato com a tecnologia, a medicina e principalmente, o dinheiro, houveram diversas facilitções nas vidas de diveros índios, o que, porém, não significa melhoras.
Dessa forma, os pequenos índios de agora, tendo uma educação voltada totalmente á sua tribo, não possuem um modelo claro a seguir, pois enquanto aprendem em sua 'escolinha' o guarani e a religião indígena, olham para a rodovia que passa a menos de um quilometra da pequena aldeia, se assim pode-se chamar aquele local com esgoto a céu aberto, ausência de qualquer saniamento, abandonado, ou seja, NADA típico do projeto tradicional do índio.

Enfim, o choque cultural abre os olhos para questões como essa. Abre também a mente para novos questionamentos, e o principal, que deve prevalescer como essensial agora, é: O que pode-se fazer, individualmente, para auxiliar no futuro desse povo indígena, o povo que guarda alguma de nossa identidade, ainda.