sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

problema.

Acordou.
Não sabia que horas eram, não queria saber.
A janela estava aberta, o vento, que melhorava o calor insuportável desse verão incomum, parecia que me diza algo.
Mas me lembrei de Caeiro, e que o vento não dizia coisa alguma, dizia apenas que o vento, e o que falava era minha alma, meu Eu.
Não sei, tentei compreendê-lo, mas é complicado entender a si mesmo, e principalmente aos seus sonhos, que confundiam-se com a realidade.
Misturava-se tudo em sua cabeça: as férias, a Unicamp, e a garota que lhe disse a frase necessária para aquela quinta feira ser a mais feliz de sua vida.
Mas, ainda citando Caeiro, o que seriam os sonhos? senão abstrações, coisas irreais, e se aquelas palavras, verdadeiras, nunca se concretizassem?
A realidade não correspondia aos pensamentos.
A confusão, morar longe, sozinho, longe daqueles que ama, isso é difícil.

O travesseiro era a única compania do momento, abraçava-o como se fosse uma pessoa, além, abraçava-o como se fosse sua vida, sua história naquele lugar, sua família, amigos, idéias, reflexões, infância, tudo, até mesmo aquela que amava.
Largou do travesseiro, e não pregou os olhos.
O sol nascia lentamente por entre as frestas.
Tentava pregar os olhos pra uma sexta feira deliciosa, quente.
Mas as palavras daquela quinta feira, as últimas que ouvira da boca dela, fizeram ter ao menos a certeza que sempre teria alguém do seu lado, aqui, e onde quer que fosse.

Esses dois tem algum problema.
Incurável, forte e complicado.

Deixo à vontade para postarem um adjetivo sobre o problema das personagens.

Um comentário:

Natália Albertini disse...

É, Mims, você vai fazer falta... Muita mesmo.
Mas acho que nossa amizade quatrilateral (?) vai conseguir superar até mesmo a distância.
Assim espero...
Que consigamos compartilhar muitas e muitas mais vitórias.
Que você seja um médico super realizado.
E que me chame pra ver alguma necrópsia! :D

Beigos.