quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

(Im)Permaneceu



E como veio, foi.
E nessas 24 horas foi capaz de derramar lágrimas de alegria, de tristeza e de saudade.

Tem certeza, se apaixonou.
Clara e inocentemente como quando, anos atrás, declarava-se, e sentia a mesma dispnéia, o mesmo acelerado coração, o mesmo nó na garganta.

Foi possível olhar no fundos com a sinceridade de um olhar apaixonado. Eles diziam ''sou teu''. E olhos não mentem. Sua voz soou clara, e seus pensamentos, em meio a cursos confusos, acelerados, em meio a confusão basal, estavam lúcidos, as palavras refletiam a alma que sua mente gerava. (a alma, a projeção biológica da mente, acredito, porém não explico, ninguém explica).

Queria que aquele abraço durasse a eternidade. Piegas, sim. Sincero, sempre.
''Abraçamos um ao outro um pouco mais forte: não vou deixar isto passar,  não aceito a natureza efêmera deste momento, e vou estendê-lo para sempre, ou ao menos, tentar.'' (Traduzido de ''Existencial Bummer'')
Sentiu-se amado.

E da mesma forma, como quem mergulha sem medo em daqueles belos lagos, dignos de foto, quando diz, ''Pula'', em seu ouvido, sentiu a dor, a surpresa do esperado, que, no fundo, haveriam pedras, duras como a realidade que não deixou de estar lá, porém, não podia ser vista.
Na verdade, gostaria de ter se sentido.
Diferente de anos atrás, é capaz de identificar e driblar assuntos de compromisso, relacionamentos, fazem apaixonar sem se entregar, sentir apaixonante e no fundo apenas, ''gostar''.

A repulsa, o nojo, como se algo morresse. Como se as borboletas em seu estômago tivessem padecido e realmente pesavam. Queria chorar. Queria não estar ali, não ter dito. Devia ter preservado seu castelo de sentimentos, que mostrou-se indefenso, violável, vulnerável, como anos atrás.

E ao despedir-se. Seus olhos brilharam de lágrimas. Impossível dizer quais os sentimentos contidos naquela lágrimas. Mas este nunca chorou por efêmeros sentimentos.

Por mais que a maturidade faça sua parte e nos torne mais ásperos, mais longes do amor parecemos estar, ao nos entregarmos, somos capazes de sentir algo tão instintivo, tão primário quanto a fome, o medo.
O sentimento que enobrece, mata, dá sentido.
Pois sem ele, seríamos simples alvos da entropia.
Sem ele, a impermanência, ao percebida, mataria de cara.
E por ele, sofremos, choramos.
Mas vivemos.

''Sometimes I feel nostalgic over something I haven't lost yet''



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